Maria Quitéria teve de fingir ser homem para lutar pelo Brasil
12 de outubro de 2022
Essa é uma daquelas histórias que mostram que lugar de mulher é onde ela quiser. No entanto, 200 anos atrás, a baiana Maria Quitéria precisou fingir ser homem para isso. Muita coisa mudou, mas ainda continuamos trabalhando incansavelmente para fortalecer o empreendedorismo e a autoestima das mulheres. Empoderadas e com autonomia financeira, elas são donas de suas vidas e podem até se vestir de homem, se quiserem!
Boa Leitura!
Ana Claudia
Por ocasião dos 200 anos da Independência do Brasil pouco se falou do papel das mulheres. Contudo, a participação delas foi significativa. Maria Quitéria foi uma dessas brasileiras, assim como a princesa Maria Leopoldina e a marisqueira Maria Felipe. Marias que, cada uma ao seu modo, ajudaram a mudar a história do Brasil.
Uma das mais ousadas foi Maria Quitéria, que fingiu ser homem para entrar nas Forças Armadas. Nascida no sertão da Bahia em 27 de julho de 1792, não pode estudar, assim como as meninas do seu tempo. Contudo, desde pequena já mostrava que seria uma mulher forte. Sabia montar e manejar armas de fogo. Ou seja, habilidades necessárias para um combatente.
Soldado Medeiros
Decidida, enfrentou o pai, cortou os cabelos, vestiu as roupas do cunhado e se alistou no Batalhão dos Caçadores Voluntários do Príncipe Dom Pedro. Assim nascia o “soldado Medeiros”. Contudo, o disfarce foi logo descoberto. Habilidosa e competente, não foi expulsa. Acrescentou um saiote ao uniforme, um penacho no capacete e seguiu lutando.
Já com a identidade feminina assumida, Maria Quitéria participou de importantes combates lado a lado com os homens. Se destacou especialmente nas batalhas de Conceição, Pituba, Itapuã e Barra do Paraguaçu, onde liderou um pelotão que impediu o desembarque de tropas portuguesas. Por sua bravura, foi condecorada pelo Imperador Dom Pedro I com a Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul, em 1823.
Maria Quitéria é um símbolo da emancipação feminina
Maria Quitéria tornou-se, assim, um símbolo do movimento de emancipação feminina por ter sido a primeira mulher brasileira a fazer parte de uma unidade militar. Se reformou como Alferes (segundo tenente), casou e teve uma filha. Morreu em 1853, aos 61 anos.
Essa história nos mostra que uma mulher que tem consciência das suas potencialidades enfrenta tudo. Quebra tabus, derruba preconceitos e mostra seu valor. As armas hoje são a capacitação profissional, a independência financeira e o poder da autoestima. A missão no Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura- CMEC é fazer que mais e mais Marias reconheçam sua força transformadora.