Tarsila do Amaral: a mulher que colocou a cultura do Brasil em suas obras
29 de julho de 2022
A história que você vai ler a seguir é de uma mulher extraordinária, Tarsila do Amaral. Uma das mais importantes pintoras do Brasil. Usou a arte e a cultura para destacar o papel das mulheres na sociedade e no empreendedorismo. Inclusive, ela me inspirou na criação do prêmio que leva seu nome para homenagear as mulheres empreendedoras nas áreas da Cultura e da Arte. Além disso, o Prêmio Tarsila do Amaral do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura da FACESP, também incentiva e promove o empreendedorismo entre as mulheres. E, por falar nele, já estamos preparando a edição de 2022. Fique atenta para saber quando e como se inscrever.
Boa leitura,
Ana Claudia
Filha de fazendeiro, Tarsila do Amaral (1886 – 1973) foi uma mulher que não aceitou o destino que traçaram para ela. Afinal, queria mais do que um bom casamento. Sabia que tinha valor e talento para ir além. Talento hoje reconhecido mundialmente. Ela é autora da famosa tela “Abaporu”, um ícone do Modernismo brasileiro.
Dona da sua história, enfrentou preconceitos na vida particular e na profissão. Rompeu com os traços clássicos ditados pela cultura europeia e trouxe brasilidade nas cores e formas de suas obras. O “Abaporu”, por exemplo, inspirou o escritor e marido à época, Oswald de Andrade, a redigir o Manifesto Antropofágico. Ou seja, um movimento que propunha inserir elementos da cultura brasileira nas criações artísticas.
Aliás, o “Abaporu” é a pintura mais cara de um (a) artista brasileiro (a): 1,5 milhão de dólares. Em 1995 a tela foi arrematada pelo argentino Eduardo Constantini. O investidor doou a obra para o Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba), que concentra uma das maiores coleções de arte brasileira e da América Latina.
Tarsila do Amaral: glórias e perdas
Viveu todo o glamour que uma artista bem-nascida e famosa poderia ter acesso. Vestiu-se com os melhores estilistas da época, conheceu países e frequentou lugares badalados. Contudo, com a falência dos negócios da família, na crise de 1929, perdeu praticamente tudo. Vendeu quadros para viajar para a Europa. Entretanto, os planos não saíram como o previsto. Determinada para conseguir dinheiro para voltar ao Brasil, trabalhou como operária de construção e pintora de paredes e portas.
De volta ao País, retomou sua produção e foi pioneira na temática social, representada na tela “Operários”. Participou de bienais em São Paulo e Veneza. Tarsila do Amaral teve uma única filha, Dulce, mas viveu intensamente seus amores. Contudo, também sofreu perdas significativas, a da única neta e da filha. Além disso, por um erro médico durante uma cirurgia de coluna, ficou paraplégica. Aproximou-se do espiritismo e passou a doar o valor das vendas de seus quadros para as obras de Chico Xavier, de quem se tornou amiga. A mulher que quebrou paradigmas, no entanto, foi vencida pela depressão e morreu em 1973.
Para saber mais visite a página oficial da artista.