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Igualdade de gênero pauta debate internacional durante abertura do WeForum no Rio

24 de março de 2023

Representantes de Barbados, Catalunha, Moçambique e Suécia comentam os desafios da igualdade de gênero em evento de empreendedorismo e destacam ações globais de empoderamento feminino

A segunda edição do Women Entrepreneur Forum (WeForum), um dos maiores encontros globais de mulheres empreendedoras e CEOs, organizado pelo CMEC (Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura), CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil) e WICCI (Women’s Indian Chamber of Commerce and Industry), iniciou nesta segunda-feira, dia 20 de março, levantando uma bandeira de interesse global: igualdade de gênero. Em um debate envolvendo representantes de quatro países, mediado pelo Brasil, assuntos como empreendedorismo, acesso ao crédito, políticas públicas, meio ambiente e direitos humanos foram discutidos sob a ótica do empoderamento feminino.

“Não se empodera uma mulher sem antes emancipá-la”, declarou Vitoria Diogo, deputada no Parlamento Moçambicano, país com grande desenvolvimento de políticas públicas voltadas às mulheres. Para ela, não é só o governo que deve pensar em meios de manter meninas nas escolas de seu país, a iniciativa privada também tem responsabilidade: “As empresárias precisam lutar para garantir que as meninas possam trabalhar, ampliando a igualdade da força de trabalho”, disse.

Ao relembrar de mulheres pioneiras no mercado de trabalho, Tonika Sealy-Thompson, embaixadora de Barbados no Brasil, uma mulher negra que ocupa um cargo de destaque em seu país, destacou que a jornada de trabalho dessas mulheres era igual à dos homens, porém com o adicional das obrigações domésticas ao final do turno. “Hoje estamos questionando a arquitetura financeira global. Não está servindo as nossas necessidades”, aponta ao defender a necessidade de haver uma união de vozes para questionar a forma como governos e empresas são constituídas e as mudanças que devem ser propostas para, de fato, gerar igualdade de gênero em todos os níveis. “Precisamos ir além”.

“Igualdade de gênero é proporcionar oportunidade iguais”, defendeu Alireza Akhondi, membro do Parlamento Sueco que também apontou que falhas na igualdade econômica geram barreiras para a igualdade de gênero. Sua visão foi apoiada por Eunice Romero Rivera, diretora geral de Migração, Refugiados e Antirracismo do governo da Catalunha. Eunice reconheceu haver pressões de todos dos tipos que precisam ser combatidas. “Estamos falando de separações por idade, estética, e isso gera problemas. O mundo foi pensado por outros olhos que não consideraram a visão das mulheres. A justiça feminista busca a melhoria de vida para todas as pessoas, de diferentes corpos, gêneros e classes sociais”, afirmou.

O Museu do Amanhã serviu de palco para o debate. Para Bruna Baffa, diretora executiva do Museu, o local abriga todo tipo de reflexão sobre a atualidade e os diferentes caminhos que se abrem para o futuro. “Damos apoio ao empreendedorismo feminino e à luta de igualdade de gênero, que tem total sintonia com as causas do Museu. Esse é espaço fértil para construir esse amanhã”.

O poder do empreendedorismo feminino

Dados da CNI mostram que o Brasil é um local favorável ao empreendedorismo feminino, havendo crescimento da participação de mulheres. Hoje 34% dos empreendedores no país são mulheres. Em 2019 havia apenas 19% de mulheres na liderança de indústrias, hoje são 39% em todo território nacional.

Este cenário foi celebrado pelo presidente da CACB, Alfredo Cotait Neto. “Somos uma rede de 2.3 mil associações comerciais em todo o Brasil e o CMEC é uma poderosa rede de mulheres. Temos 2 milhões de empresas, empreendedores e empreendedoras. Venho apenas para ratificar o compromisso da CACB para apoiar as mulheres empreendedoras. As mulheres tem força e determinação. Continuem empreendendo porque o Brasil precisa de vocês”.

O incentivo também vem do hemisfério norte. Para Bahia Tahzib-Lie, embaixadora dos Direitos Humanos dos Países Baixos, cujo governo é muito atuante em políticas de enfrentamento a violência contra a mulher, observou que o empoderamento feminino e empreendedorismo ajudam a preparar um futuro igualitário e permite ver as cosias de uma forma diferente. “A mudança é positiva. As mulheres precisam ser representadas e tomar parte das decisões. Elas precisam de crédito. Queremos aprender a abordagem brasileira para apoiar o empreendedorismo feminino. As mulheres são mais amigáveis ao meio ambiente, inovadoras, emitem menos gás carbônico e atingem mais as metas de emissão, por isso é importante investir no empreendedorismo feminino”.

O 2º WeForum é um dos maiores encontros globais de mulheres empreendedoras e CEOs com o objetivo de impulsionar o protagonismo e o fortalecimento econômico de mulheres. Idealizado pelas empreendedoras Ana Claudia Cotait, presidente do CMEC e Mônica Monteiro, diretora executiva do Grupo Bandeirantes de Comunicação, o encontro visa promover o empoderamento feminino e a liberdade econômica de mulheres ao promover debates e oportunidades de negócios.

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